Alô a todos. Junto com uma alegria enorme de retornar ao Grupo Balcão como colunista, vem um alívio imenso por expressar publicamente aqueles pensamentos travestidos de demônios e deuses que, durante essa porcaria de quarentena povoam meus sonhos e meu dia a dia. Esta coluna poderia se chamar “mi-mi-mi”, mas como esta expressão é diametralmente contrária aos meus conceitos, acho melhor simplificar. Não quero que você espere um colunista pseudo-culto (que realmente existe em outro jornal), onde, diariamente nos “premia” com sua retórica rebuscada, fazendo parecer uma análise de futebol que poderia ser simples e direta, com uma peça literária no melhor estilo Machado de Assis. Também não quero que seja chulo, porco, sem graça (que realmente existe em outro jornal) que nos entrega uma página inteira cheia de piadas sem graça.
A intenção aqui é falar na cara, porque não gosto de determinadas palavras e expressões como “papo reto”. Esse tipo de linguagem nasceu nos presídios e os desocupados de plantão usam quando querem falar algum desaforo ao seu interlocutor. Mas o papo-reto não está sozinho.
Alguns dos jovens que habitam o nosso país se encantaram com palavras como “hipocrisia” ao se referir a alguns riquinhos, que posam de humanitários para se identificar com os pobres, mas os críticos também praticam essa mesma hipocrisia ao calçar um tênis da Asics quando não conseguem pagar nem a energia da sua casa. Hipocrisia virou modismo nesses dias estranhos. Uns gritam vidas negras importam, imitando descaradamente o povo americano, quando na verdade VIDAS IMPORTAM.
Outros acham que é conservadorismo não concordar com demonstração desnecessária de sexualidade. Homossexual, transexual, hétero, bissexual, não importa a ninguém sua preferência, mas me permitam citar um ídolo homo, chamado Clodovil Hernandez. Ele disse uma vez: Sexualidade é como roupa íntima. Você pode usar tranquilamente, os mais atrevidos podem até mostrar discretamente, mas ninguém precisa esfregar na cara dos outros. Isso é, no mínimo, desnecessário.
Seja o que você quiser ser, defenda quem ou o que você quiser. – porque um ministro do governo (sic) Collor disse certa vez que seu cachorro era um ser humano e quase perdeu o cargo, a moral, apanhou da mídia, dos humoristas de plantão pela citação. Hoje, se for bater no cachorro (ainda que com carinho) você pode – e vai – ser processado pelos defensores de animais.
Olha… o cara está falando mal de nós, os defensores dos bichinhos.. e bla, bla, bla… nhem…nhem…nhem… ora, defenda também os humanos, especialmente os pobres seres humanos pobres. A gente vai dedicar um espaço inteiro ao tema, mas não se trata de dividir o ser humano em parcelas. Tratase de dizer, em uma próxima oportunidade, que não importa se você é preto ou branco, ou mulato ou mameluco. A diferença DE VERDADE é se você é rico ou pobre. Se for um mulato rico, você, como mágica é bem tratado.. Se for um mulato pobre, como cinderela à meia noite vira um escroto na opinião de muitos. Mas esse é um assunto para uma coluna integral. Entendeu? Sim, você entendeu embora eu não tenha repetido o mantra dos nossos jovens – “bota fé?”, entre tantas outras pérolas sem o menor sentido.
Já reparou como uma pá de gente SEMPRE começa a responder todas as perguntas com um sonoro “então” como se isso fosse acrescentar alguma coisa de muito intelectual à resposta que raramente é correta ou exata. E quem não sabe o que significa uma determinada palavra e usa como se fosse um imenso acréscimo à sua intelectualidade? Outro dia um amigo disse que ele era um “feromônio”. Ele, claramente não sabia o que significa esta palavra. Ele não sabia que era substância biologicamente muito ativa, secretada por insetos e mamíferos, com funções de atração sexual, mas no mesmo contexto, ele acabou por criar uma expressão relativamente aceita se pensarmos nos motivos reais desta declaração.
Mas voltando aos que buscam empregos por exemplo, tenho sido testemunha de candidatos que usam como uma vírgula, mesmo que a frase não precisa de separação usando “tipo”: “Então, tipo, meu inglês é fluente, mas tipo, não consigo falar com um inglês, por que, tipo, eu não sei, tipo, falar tão depressa, – bota fé?” – Olha ele aí de novo… Ah professor! é gíria, vai… Entendo perfeitamente o uso de gírias. Mas POR FAVOR, use pelo menos uma gíria a cada dois parágrafos ou ideias, senão a gíria supera a linguagem e aí ninguém sabe o que você está pensando, ou SE você está pensando. Bota fé? Um abraço e até a próxima semana!
As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do portal Balcão News.
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