Por Júlia Biccas
Ironicamente, minha primeira publicação sobre o mundo dos investimentos veio em um tempo em que a organização financeira se mostrou crucial.
Em busca de temas, me deparei com a extrema necessidade de aumentar o nível de consciência das pessoas a respeito de pautas teoricamente básicas, as quais, na prática, podem se revelar menos simplórias do que parecem.
Afinal, quantas pessoas não viram na pandemia a necessidade de ter um ‘dinheirinho guardado’?
O desemprego e a redução de renda ou de salário bateram à porta. E agora? Lição aprendida. É colocar a mão na massa para se organizar e não passar aperto nunca mais.
Por isso, vou sugerir algumas boas práticas para essa adaptação. Coloquemos um passo a passo inicial:
1) Anotar ganhos e gastos: É importante tomar nota de todo e qualquer gasto para saber o destino do seu dinheiro. Ou seja, ter plena consciência de tudo que entra e tudo que sai.
2) Sua estrutura de gastos mensais deve se aproximar ao máximo da proporção abaixo:
50% – Gastos essenciais: aluguel, energia, água, etc. São as contas de “sobrevivência”
30% – Lazer: esse fica a seu critério! Passeios, restaurantes, viagens e o que mais lhe apetecer e, claro, couber no orçamento.
10% – Investimentos: Renda fixa, ações, fundos imobiliários, criptomoedas… Aprofundaremos nesse tópico nas próximas semanas.
10% – Estudos: Cursos que ajudem na sua performance no trabalho, livros, ou qualquer forma de adquirir conhecimento. Afinal, conhecimento também é investimento.
Sendo assim, a divisão fica da seguinte forma:
3) Montar uma reserva de emergência. Uma vez que já temos calculado o custo mensal pessoal, multiplique esse valor por 12. Esse será o montante que você precisa ter para casos de emergências e necessidades, como uma pandemia, por exemplo.
Sem dúvida a falta de reserva de emergência foi foco de preocupação para aqueles que não se precaveram para momentos de escassez.
Além disso, esta reserva tem como objetivo: (i) permitir que o restante da carteira possa contar com alternativas de perfil mais arriscado de investimento, ou ainda, (ii) possibilitar a realização de aplicações nas quais dinheiro fique preso por um prazo maior, proporcionando assim, retornos mais atrativos.
4) Agora chegou a hora de realmente investir. São duas as opções:
– Dedicar tempo e estudar até entender de fato o que está sendo feito e montar uma estratégia adequada aos seus objetivos e perfil.
– Terceirizar a sua estratégia a alguém que tenha tempo dedicado a isso e seja de sua confiança.
Esses 4 passos sintetizam bem as atitudes necessárias para se evitar o cenário de dificuldades enfrentado por algumas pessoas nos últimos 12 meses.
E assim, caso sua opção seja por entender sobre reserva de emergência, perfis de investimentos, cuidados e alternativas na hora de investir, nos encontraremos de agora em diante nesta coluna! Até breve.
Júlia Biccas Massoli é engenheira de produção civil, formada pela Universidade Fumec. Possui especialização em gestão financeira e MBA em Investimentos e Private Banking pelo Ibmec. Hoje sócia do escritório Valor Investimentos, com sede em Vitória, Belo Horizonte, São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, e 17 anos de história. Atua como assessora de Investimentos, auxiliando os investidores a organizarem estratégias adequadas aos seus objetivos e perfil.